sábado, 26 de maio de 2012

Maio já está no final...

Sempre precede ao meu aniversário um texto, ou melhor, um texto sempre vem antes ou depois dos marcos da minha vida. Não tenho outra forma de mensurar acertos e erros, perdas e ganhos, se não despejando no papel o que meus dedos falhos conseguem reproduzir de mim mesmo... Durante dias foi outro o início que eu tinha pensado para essa dissertação, mas é uma característica minha analisar as minhas próprias ações. Antes mesmo de falar sobre mais um ano de vida, me preocupei em saber qual era a necessidade que me levava ao discurso. Porque escrever um texto para celebrar mais um ano de vida? Ou para fazer um balanço de como chego aos 24 anos? Talvez eu chegue ao final do texto sem essas respostas, porque o que segue é o inicio planejado...

“Maio já está no final...” é como inicia a música Maio do Kid Abelha e segue com aquela levada romântica que só a Paulinha segura. É quando Maio chega ao final, e a música nos convida a viver, que eu me recordo que mais um ano da minha vida passou e inevitavelmente minha caixinha de lembranças trabalha feito louca para avaliar tudo que vivi, contrastando o que desejei com o que aconteceu, colocando cada peça no seu lugar e empregando sentido ao que eu ainda tinha deixado solto pela casa.

Aos 12+12, como diz um amigo, eu não cheguei onde queria chegar, até mesmo porque, nos últimos anos eu não fui tão rígido com a vida, não tracei metas duras. Depois de um tempo de tantas mudanças eu quis ser leve, eu desejei viver o Carpe diem. Tentei criar planos mais flexíveis para andar de bem com a vida. E claro - tudo deu certo e não deu também... Na contramão de quem tem pavor de envelhecer, eis a maravilha do acumulo dos anos: - As coisas não darão certo! Se interpretarmos “dar certo” como acontecer do nosso jeito, não, as coisas não darão certo! E isso não precisa ser ruim.

Uma ou duas semanas antes da publicação desse texto, eu conversava com uma amiga e lhe disse que envelhecer poder ser um alívio para os nervos. De maneira alguma ficaremos livres das preocupações ou seremos maduros feito o personagem bonzinho da novela, mas a experiência traz (para aqueles que desejam, claro) a tranquilidade de não se agitar feito um colegial. Quantas coisas me atormentavam aos 18 anos e hoje são assuntos mais tranquilos de digerir...

Que o meu texto não leve ninguém a conclusão de que eu recomendo uma vida relapsa. Eu creio na analogia do vinho de que os anos acrescentam grandeza, mas há uma grande diferença, o vinho precisa apenas nascer de uma safra boa e ser conservado em ambiente propício. Já para o homem amadurecer cada vez melhor é preciso se movimentar rumo a si mesmo e ao próximo. Todo movimento gera novos encontros, novos impactos e o novo é sempre ameaçador. O que o tempo faz é justamente nos armar de confiança para que o novo seja um doce desafio.


Pois bem, obrigado a todos que me ajudam na construção que faço em mim... Como não me empolga tanto assim falar de mim mesmo termino... ouçamos o Kid:


IMAGEM: http://aertugrul.files.wordpress.com/2010/07/balloons1.jpg
VIDEO: Youtube

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